A exposição ao frio protege da neuroinflamação através da reprogramação imunológica

Este estudo mostra que a exposição ao frio reduz os sintomas de doenças auto-imunes, suprimindo a atividade das células T através da modulação dos monócitos. O estudo sugere que as adaptações metabólicas induzidas pelo frio podem competir com a autoimunidade como uma compensação energética que pode beneficiar as doenças imunomediadas.

Investigação científica
02
outubro
2023
Joep
Icetubs Diretor

Resumo

A manutenção de um sistema imunitário saudável requer uma quantidade significativa de energia, que pode ser afetada por factores ambientais. A autoimunidade, que é um processo que exige muita energia, pode competir com outros programas biológicos, resultando numa resposta imunitária mais branda. Este estudo investigou o efeito da exposição ao frio na doença autoimune e descobriu que reduziu a resposta imunitária e atenuou a esclerose múltipla num modelo animal. Isto sugere que existe uma competição entre a resposta termogénica à exposição ao frio e a autoimunidade, o que pode ter implicações terapêuticas em doenças auto-imunes ou infecciosas.

Conclusão

Em conclusão, o impacto de um estado metabolicamente ativo na imunidade e nas doenças imunomediadas não é claro, mas investigações recentes sugerem que pode haver um compromisso benéfico entre as adaptações metabólicas induzidas pelo frio e a autoimunidade. Este facto é corroborado pelas conclusões de que a exposição ao frio melhora a encefalomielite autoimune experimental ativa (EAE), suprimindo a preparação das células T e a patogenicidade através da modulação dos monócitos. O estudo fornece uma ligação mecanicista entre a temperatura ambiente e a neuroinflamação, sugerindo que a competição entre as adaptações metabólicas induzidas pelo frio e a autoimunidade é energeticamente dispendiosa mas benéfica para as doenças imunomediadas. Estes resultados podem ter implicações importantes para a gestão de doenças auto-imunes e sublinham a necessidade de mais investigação nesta área.

Leia o artigo completo aqui: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8570411/